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Comentários Sobre O Encontro Latino Americano
Wilson Chebabi
"Recebi o programa com enorme admiração pela amplitude do ângulo de visão e de cogitação que os nossos Estados Gerais estão tendo...Estamos ampliando a psicanálise e pensando também a necessidade de avaliar o que estamos fazendo. Neste sentido a plenária sobre o PROSSEGUIMENTO DOS ESTADOS GERAIS DA PSICANÁLISE é fundamental.
Gostaria tanto de lá estar."
Chebabi - Rio, 12/10/01
"Muito obrigado por ter me chamado para estar com todos. Apesar de ter sido exigente o trabalho de debatedor, acho que valeu estar junto com os que estive. Fiquei feliz ao desfrutar da idéia do fim dos Estados. Começaram e acabaram. Isso foi ótimo. E ótimo também será a instituição mais uma vez ser aberta num outro tempo. É interessante pertencer a um grupo que se encerra e tempos depois ressurge. É interessante essa Fênix com a que se está assinalado na testa. Nos amamos mas não nos pertencemos e, quem não tem pertinência, impertinência também não provocará." .
Emir Tomazelli - S.P, 15/10/01
"mais uma vez parabéns pela organização do Encontro Latino
Americano. Gostei da expressão que J. L. Caon utilizou no domingo para
definir os debates: "as esquinas democráticas". Gostei da idéia de pensar os
Estados Gerais como "esquinas democráticas". Sem a pretensão de ser uma
outra instituição mas como espaço de discussão dos psicanalistas.
A hospitalidade e a amizade com que vcs nos receberam dão a marca e o tom do
Encontro."
Miguel Calmon - Rio, 15/10/01
"meus parabéns e reconhecimento pelos EGs LA. Escreverei melhor depois,
mas acho que o Encontro foi bastante produtivo e favorável ao campo psicanalítico"
Chaim - Rio, 5/10/01
"fiquei muito contente com o evento, intensamente rico e fecundo".
jlcaon - P.Alegre, 16/10/01
Estados Gerais da Psicanálise em São Paulo.
Participar de um evento que assim se intitula é ser duplamente convocado à revolução: revolver-se, pela psicanálise, e revoltar-se, contra o instituído, para re-instituí-lo - aos Estados Gerais, convocados pelo Rei, na França de fins do séc. XVIII, como se sabe, seguiu-se a revolução, depois a Assembléia Nacional Constituinte, e por fim o Terror. Nossos Estados Gerais em São Paulo, nesse outubro de 2001, foi em sentido inverso, pois já começou sobre o signo do Terror, muitas vezes evocado durante as sessões de trabalho. Também sabemos que a cabeça a ser decapitada não é a de um Rei-Deus real, para contermos o desvario da onipotência soberana que nos habita a cada um, e ameaça a todos. Ao mesmo tempo, terminamos forçados a nos reunir em uma espécie de Assembléia Constituinte, não para criar um estatuto, mas para nos opormos à proposta de regulamentação de uma profissão que é uma profissão de fé na liberdade. O que me pergunto é como fazer isso sem participar do procedimento de elaboração dessa lei, ainda que para a ela se opor, e assim, de algum modo, legitimar sua aprovação. De todo modo, não há o que temer de uma lei, que é condição do desejo, que só é reforçado pela proibição. Mas logo houve quem falasse que por trás do maldito projeto de lei estava A instituição, a IPA, ou alguém ligado a ela, ao que prontamente reagiram vários dos presentes, integrantes da mesma - para mim, uma das grandes contribuições da reunião dos Estados Gerais, foi a de refazer a má impressão que tinha da IPA e outras correntes psicanalíticas, mesmo a igualmente famigerada "psicologia do eu", devido à convivência com grupos mais fechados de psicanalistas. Todos estiveram no mesmo barco um dia, e parece que chegou a hora de reunirem-se os barcos de cada um em uma grande frota, para melhor enfrentar esse oceano cada vez mais desconhecido que é o inconsciente, e os efeitos cada vez mais devastadores da ignorância dele.
Willis Santiago Guerra Filho
Professor de Filosofia do Direito da PUC-SP
SP, 26/10/2001
Psicanalista em formação.
Psicanálise Em Circulação
O Encontro Latino-Americano dos Estados Gerais de Psicanálise, ocorrido em
12,13 e 14 de outubro em São Paulo, foi animado e proporcionou aqueles que
compareceram ao Instituto Sedes Sapientiae ótimas oportunidades de
encontros e debates.
Apesar do atraso na colocação em rede da maioria dos trabalhos o debate
não foi prejudicado. A discussão correu solta nas salas do Sedes. A
distribuição em grupos de trabalho favoreceu o questionamento dos temas
apresentados. O que chamou a atenção também foi à possibilidade de se fazer
contatos nos intervalos. As discussões sobre os temas apresentados muitas
vezes continuavam para além das portas fechadas. Foi interessante poder
dialogar com colegas independentemente de se conhecer a que instituições
pertenciam. Wilson Chebabi, num texto intitulado Esquizogênese Institucional
Psicanalítica, coloca que a psicanálise "morre quando fica congelada em
estruturas institucionais fixas". E nos Estados Gerais em São Paulo, ela
estava bem viva!
Angela Lessa de B. Barreto - Rio, 31/10/2001
Comentário sobre o Encontro Latino Americano
Con el propósito de continuar repensando el psicoanálisis, sus herramientas conceptuales, sus textos, su práctica, gran cantidad de psicoanalistas latinoamericanos se han dado cita en el encuentro de los Estados Generales del Psicoanálisis realizado en São Paulo.
Se puede decir que dicho acontecimiento ha tenido excelentes frutos. Tanto la calidad de los trabajos como los debates producidos en torno a ellos, generaron un incesante intercambio de ideas que por cierto nos impulsan a continuar reflexionando sobre nuestra praxis. La clínica, la transmisión, las relaciones del psicoanálisis con otras disciplinas asi como también los recientes acontecimientos sociales signados por el terror, han tenido lugar en dicho espacio, confirmando el interés del psicoanálisis por las cuestiones atinentes a la cultura y su malestar.
Sin dogmatismos ni jerarquías, y si con la con la convicción de que quien algo tenga a decir tomase la palabra, las ideas circularon engendrando nuevas preguntas y reinstalando viejas incertezas.
Estimo que los resultados de tal producción se verán reflejados en nuevos trabajos como también en el quehacer cotidiano de cada uno de los que hemos participado.
Creo, por otra parte, que aquello que aparece bajo la forma de desacuerdos, debido a la multiplicidad de puntos de vista desarrollados, en muchos casos no son sino, opiniones que pueden coexistir.
En síntesis, si la iniciativa de los "Estados Generales" es promover un nuevo modo de entendimiento que facilite la aproximación del psicoanálisis a las nuevas demandas socio culturales, la propuesta obtuvo un resultado brillante.
Vale decir, si nuestro esfuerzo y preocupación es que el psicoanálisis conserve su orden de eficacia y su lugar en el rescate de la subjetividad frente al desenfrenado avance de la ciencia, no debemos dejar de promover encuentros como este donde podamos, en definitiva, continuar reflexionando sobre los síntomas del malestar.
Herman Siculer - SP, Outubro, 2001
Comentários sobre o Encontro Latino Americano dos Estados Gerais da Psicanalise
O II Encontro Latino Americano dos Estados Gerais da Psicanálise transcorreu num clima produtivo e participativo. Foi uma oportunidade única de interlocução com um platéia seleta e diversificada, constituída em sua maioria por profissionais experientes de diferentes partes do Brasil e do mundo. Em contraposição ao que ocorreu em Paris,
houve muitas oportunidades de debate, muito espaço para discussão. E as discussões em pequenos grupos, foram bastante concorridas e proveitosas. Os trabalhos foram, salvo algumas exceções, adequadamente agrupados nas mesas de acordo com temas comuns.
Embora tenham sido proveitosos esses encontros em pequenos grupos, teria sido fundamental que eles retornassem em reuniões plenárias para que todos ficassem ao par do que se debateu. Com isso o encontro teria se enriquecido mais, ampliando-se a visão do conjunto. Como não houve esse retorno, só se teve notícias das mesas em que se esteve presente, lamentavelmente.
Um ponto que me surpreendeu e agradou é que o encontro não ficou centrado na figura de um mestre mas houve uma circulação de idéias mais horizontalizada, um encontro entre pares.
Apesar desses encontros serem abertos à afirmação da diferença, a um confronto produtivo, notamos um certo fechamento em relação aos trabalhos centrados no pensamento de Lacan. Como se a abertura, nesse caso, fosse bastante relativa. Do mesmo jeito que os lacanianos são sectários, os não lacanianos, por sua vez também o são. Como se ficasse um monólogo de surdos.
Contudo, no balanço final, penso que o encontro cumpriu sua finalidade e a iniciativa de se organizar no próximo ano um encontro em Buenos Aires foi um efeito disso.
Angela Coutinho - Rio, outubro de 2001
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