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Resposta de Chantal
Talagrand-Major
a Corinne Daubigny
Cara Corinne Daubigny,
Quando vejo a maneira pela qual a senhora
maneja o silogismo, meus temores relativos aos
comentários que a senhora é capaz
de fazer sobre uma conferência ouvida em
grande parte sob a forma de tradução
simultânea, só ganham reforço.
Como é que a senhora pode escrever que
o princípio editorial, a
propósito do qual temos algumas divergências de pontos de vista,
seria enunciado desta forma: «Nós não colocamos um texto
sem os textos aos quais ele faz referência ou a referência precisa
relativa a estes textos». Com tais premissas, estamos à beira
da implosão delirante! O princípio editorial que lhe expus em
um e-mail anterior era assim definido : «Nós não colocamos
um texto crítico em relação a outro texto na ausência
deste último,
ou na ausência de referências que permitam ao leitor ter acesso
a este texto». Nem mais, nem menos! Este texto não existindo
ainda enquanto tal, eu lhe propunha então que esperasse ainda um pouco
antes de avançar os comentários. Sua confusão com a petição
do Front sobre a recusa vem mostrar claramente a mistura que a senhora mantém
com a inclusão no site de um texto contendo referências a numerosos
textos existentes como tais (quer sejam obras já publicadas ou textos
de relatórios ou de leis), e um comentário crítico sobre
uma conferência polêmica na ausência de qualquer transcrição
oficial, ou seja, autorizada pelo autor.
Não posso voltar sempre aos mesmos pontos
que já tivemos várias
ocasiões de discutir juntas. No entanto, quando a senhora se refere
a uma conferência que segundo este comentário (o seu próprio)
desrespeita em vários pontos a defesa dos direitos humanos, a senhora
está erigindo este comentário (o seu) em juiz incontestável; logo,
a senhora está se colocando no lugar de parte e de juiz, ignorando
o fato de que outros ouvintes presentes não tiveram a mesma escuta
que a sua.
Por outro lado, o tom de seu comentário é mais do que uma «publicidade» feita
ao texto de Tariq Ali. Ele é uma incitação a lê-lo!
Ele provém de um autor que já escreveu muito, cujo anti-semitismo
e negacionismo teriam então escapado a todos os seus editores! Suas
teses a respeito dos fundamentalismos, do conflito no Oriente Médio
e da história
do colonialismo, no Iraque por exemplo, são famosas e já foram
publicadas. Se houve de sua parte algumas escorregadelas no Rio de Janeiro
(como vossos comentários deixam supor, porém não a minha
leitura da transcrição dos propósitos dele), ninguém
vai proibi-la de criticá-los mas é preciso deixar ao leitor
o cuidado de julgar sobre o que está escrito. Aliás, a senhora
nem se deu o trabalho de esperar para fazer ouvir seu desacordo já que
(somente agora me dei conta) no dia 2 de Dezembro de 2003, a senhora colocou
no site, sem a prévia concordância do CA, um relatório
extremamente parcial do Congresso do Rio, onde suas críticas da conferência
de Tariq Ali estão à frente de qualquer outro comentário
e onde, ao se referir ao público que o ovacionava, a senhora escreveu: «Mas
será que ele sabia (o público) que na Europa, assimilar a este
ponto o sionismo ao nazismo significa pedir o fim de Israel; e que esse
discurso soa como um apelo ao ódio aos Judeus do mundo inteiro?» Perante
tais propósitos, entregues ao leitor sem lhe dar a oportunidade de
julgar pos si, a senhora entenderá (pelo menos é o que espero)
que eu não possa dar o meu aval ao menor desvio deste princípio
editorial. Aliás, foi o que motivou meu pedido, junto à senhora,
para que retirasse meu nome enquanto co-responsável pelo site. Chantal Talagrand-Major
Paris, 31 de Maio de 2004.
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