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Isabel Maria de
Carvalho Vieira (Brasil
- DF)
Plenária de Encerramento
Eu
queria dizer a vocês, eu queria dizer
a todos que, como eu fiz no primeiro dia a
proposta de uma declaração coletiva,
e nós tivemos nos encontrando isoladamente
um com o outro, que é muito difícil
num encontro deste tipo isso acontecer. Ontem,
no almoço, nós nos reunimos,
cinco pessoas, e pensamos algumas coisas, mas
antes eu tinha me reunido com o Jorge, da Argentina,
que se reuniu com o grupo de São Paulo;
então eu redigi alguns tópicos
que vão ser entregues à coordenação
para que sejam usados da melhor maneira possível
na medida em que vocês concordem ou discordem. Estes
tópicos estariam muito na linha do que
o René Major propôs como uma declaração
como cidadãos, eu acho que ele tem toda
a razão, seria muito importante que
houvesse uma declaração como
psicanalistas. Isto ainda teria que ser
feito. Então vou ler rapidamente, é um
texto que deve dar menos de uma página
datilografada, foi escrito à mão.
“Os psicanalistas do Segundo Encontro
dos Estados Gerais da Psicanálise, realizado
no Rio de Janeiro, de 30 de outubro a 2 de novembro
de 2003, signatários desta declaração,
no caso de haver signatários ou não,
alinhados - aí vêm três apostos
que me parecem importantes - alinhados a instituições
e pessoas que vêm lutando efetivamente
por um mundo mais justo, que preserva as possibilidades
de desenvolvimento para nós e para as
gerações que nos sucederem no pleno
direito à liberdade e à criatividade,
no respeito mútuo e no esforço
contínuo de paz, conscientes do papel
renovador e transformador de uma psicanálise
atuante, que uma psicanálise atuante pode
operar não apenas nas vidas pessoais mas
também nas instituições
e nos processos políticos e sociais, sentem-se
comprometidos a uma tomada de posição
em relação ao espetáculo
de violência e barbárie que se instalou
formalmente no mundo contemporâneo e deseja
expressar sua radical rejeição:
ao projeto neocolonial que governos de países
mais potentes impõem aos países
mais fracos no sentido de domínio de seus
territórios, de suas riquezas naturais,
de sua cultura;
o modelo de globalização que vem
provocando extensa e intensa exclusão
e miséria para a imensa maioria da população
do mundo, efetivados pelos governos e pela atuação
incontrolável das grandes corporações
internacionais;
a criminosa permissividade governamental de
inúmeros países quando favorece,
e às vezes estimula, a destruição
ambiental que ameaça o esgotamento dos
recursos naturais que garantem a sustentabilidade
da vida no planeta;
a irresponsabilidade dos governos que ousam
negar sua adesão às convenções
internacionais de direitos humanos, dos direitos
das crianças, do tratado de Kioto, do
controle de armas nucleares, da tortura como
crime contra a humanidade, bem como da não
submissão às decisões
dos tribunais internacionais como a ONU e o
tribunal de Haia.
Em
seguida, um agradecimento a vocês que
organizaram o Encontro e que nos deram a oportunidade
de usufruir desta maravilha de possibilidade,
raríssima, de discussão de posições
tão opostas como nós estamos vendo
nas duas declarações anteriores.
Quer dizer, este enfrentamento livre e democrático
de pessoas extremamente diferentes. Muito obrigada.
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